“Eu não sei
para onde ir! – disse Alice. Se você não sabe para onde ir, qualquer caminho serve” – Alice no país das
maravilhas (Lewis Carroll)
Quem me
acompanha, sabe que eu insisto em falar em critérios no que se refere ao
processo de investimento.
Saber quais
critérios são os mais importantes segundo o seu perfil, horizonte, objetivos e metas
é crucial. A definição dessas regras é um processo demorado que tem a ver com o
autoconhecimento do próprio investidor.
Dado que o
verdadeiro caráter só se prova em situações extremas, esse processo de
autoconhecimento não para nunca e, portanto, os critérios são dinâmicos. Então,
se sabemos que eles mudarão até para se ajustar às circunstãncias, de que adianta se esforçar por ter um
conjunto de regras?
Porque
existem objetivos que dificilmente mudam (os de mais longo prazo) e porque sem
encontrar uma forma de chegar, dificilmente nos aproximaremos deles. Com
certeza o caminho será tortuoso, mas sem uma direção terminaremos bem longe.
Assim, os
critérios devem ser uma maneira de automatizar e poder dar objetividade a algo
que a maioria dos investidores iniciantes faz de maneira aleatória ou subjetiva.
A ideia é evitar sucumbir às emoções próprias ou do mercado ou a interesses alheios.
Por isso é
que, dentro dos nossos critérios à procura de papéis, além de um balanço sólido,
um valuation atraente, sempre incluímos outro bem sutil: o de alinhamento de
interesses. Basicamente é o que se chama de governança.
Não adianta
ter uma participação em um negócio muito lucrativo se no final das contas, o
controlador tem outros interesses e pode ficar com grande parte do valor da
empresa. Exemplos temos muitos, tais como a OPA para fechamento de capital de Multiplus (MPLU3) anunciada ontem pelo
controlador Latam.
Para ele
não fazia sentido deixar sinergias na mesa tendo dois programas (Multiplus e
Lanpass), desaproveitando ventagens tributárias e fiscais. Portanto, era seu dever
maximizar o valor para seus próprios acionistas (Latam). Assim que vencesse o contrato
que vigorava com Tam, ele deveria proceder ao encerramento da subsidiária.
Esta falta
de alinhamento é a que sempre me deixou com receio de indicar o papel no Vacas
leiteiras, apesar de ter estado a ponto de publicar um relatório de início de cobertura
lá no começo de 2016. Melhor perder o trabalho de um relatório inteiro de
análise do que dar uma recomendação sem estar completamente convicto.
Mesmo se
tivesse conseguido sair com ganho, a falta de uma margem de segurança e de
convicção teriam jogado contra a recomendação. E da carteira, pois cada
movimentação repercute, que nem jogo de xadrez, no que virá depois.
Nessa
linha, agora que a Condor Research está nascendo, eu queria estar alinhado 100
por cento com vocês e, por isso, queria fazer a seguinte pesquisa sobre futuros
relatórios que poderiam vir. Claro, também podem aproveitar para me enviar
perguntas ou comentários. Tudo será bem-vindo.
Também não se esqueça de que está disponível para assinatura a nossa primeira série: Operação Condor, clicando aqui.
Um grande
abraço!
Carlos
Herrera
Estrategista-Chefe
*Eu, Carlos Herrera, responsável pela
elaboração deste relatório declaro, nos termos do artigo 21 da Instrução CVM
no 598/18 que as recomendações do relatório de análise refletem única e exclusivamente
as minhas opiniões pessoais e foram elaboradas de forma independente e autônoma.
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